12 setembro 2012

Pode aparecer agora?


Vamos! Apareça logo, eu desisto, porque brincar de esconde, esconde, nunca foi meu forte. Ei! Não ouviu? Eu d-e-s-i-s-t-o! já te procurei em todos os cômodos da casa, na rua, nos bares, nos hospitais, no bairro, na cidade inteira e nem sinal de você.
Eu avisei que era péssima nessa brincadeira de esconder e encontrar, sinceramente, não sei por que você ainda insiste nisso? Vamos, apareça logo, estou perdendo a paciência, e confesso que ando com um pouco de medo que tenha aproveitado a ocasião e ido embora de vez, sem deixar bilhetinho ou recado na secretária eletrônica, dizendo: “Ei tonta, não precisa me procurar, estou indo embora”.
Mais, nada, nem isso deixou. Droga, eu vou ter que ir te procurar mais um pouco mesmo, e fez retrato falado, anuncio no jornal e ninguém o viu, nenhuma santa alma sabia do seu paradeiro...

Ultimo Pedido...

Vem cá, vem e me abraça forte, porque faz frio aqui e eu preciso de alguma coisa capaz de me aquecer. Vem e me traz também alguns sorrisos, aqueles que costumam fazer a barriga doer. O silêncio é bom mais, têm andado tudo tão quieto, que chega ser enlouquecedor.
Vem desarrumar esse meu desarrumado que só nós dois entendemos, vem sem mais demora. Ei! Psiu! Estou falando com você, tá me ouvindo? Porque demora tanto? Vem logo, antes que eu me acostume com o frio e sua presença não seja mais, tão necessária, vem antes que eu morra congelada.
E eu contigo a gritar por ti, e nem vestígio, nem sinal de fumaça ou coisa parecida. O que há de errado? Será que eu tenho gritado baixinho de mais? E gritou e gritou e congelou e congelou, pobre menina, desfaleceu de tanto esperar e ele não veio...

08 setembro 2012

Vida Bandida


Às vezes, tudo parece soar tão complicado, não sei explicar direito o que dia pós-ver tem me confundido os sentidos, a razão, e, pó vezes a emoção. Queria que tudo fosse tão mais simples, sem cobrança, sem irmão pegando no pé por eu está há mais de cinco anos, ausente de casa, de tudo aquilo que costumava me roubar sorrisos.
Os finais de semana não são o bastante pra preencher a minha ausência na vida deles e a ausência deles na minha vida, mais tenho um pouco de receio em voltar, ao mesmo tempo medo de me perder nesse caminho quase sem volta.
Porque talvez, no fundo eu tenho certeza que nada é o mesmo, pra sempre, sei que eles mudaram um pouco, assim como eu também mudei, voltar, pode ser bom por uns tempos, por algumas semanas, meses ou ano. Só que uma hora ou outra, eu vou incomodar com meu jeito torno e manhias um tanto bagunçadas.
Mais a verdade é que também não está bom assim, desse jeito, vivendo dividida entre dois mundos, duas vidas, dois roteiros. Num instante meu corpo estar num lugar, mais a mente e o coração está em outro.
E eu vivo com essa sensação de falta, de abandono, de ausência de abraço, de carinho, de beijo antes de dormir, daquela voz serena me dizendo: “Calma, tenha calma vai ficar tudo bem”.
Ao mesmo tempo, tenho ser forte, madura, o bastante pra tomar minhas próprias decisões torcendo que sejam certeiras, porque as consequência terei de arcar sozinha. Sem um pai nem mãe passando a mão na cabeça.
Então eu penso que crescer é uma tragédia, te obriga a sair do seu porto seguro, bater asas e voar, no momento mais importuno, na hora que tudo é incerto...